Obrigado pela pergunta.
Estava pensando nisso esses dias, revendo alguns filmes, que eu conheci bem no início, em 1997, no Anima Mundi. No dia em que eu descobri o festival, fui a uma sessão especial com filmes da Aardman (o estúdio de Fuga das Galinhas, entre outros) que me marcou profundamente, e que acho que carrego um pouco dela em tudo o que animo.
Nessa sessão tiveram dois momentos que realmente me impressionaram. O primeiro foi a sequência de perseguição de trens no curta-metragem Wallace e Gromit: As Calças Erradas (Wallace & Gromit: The Wrong Trousers), provavelmente a maior sequencia de ação da história. E o segundo momento foi no curta Creature Conforts, mais especificamente o personagem do leão da montanha, que foi animado em cima da voz de um brasileiro muito contrariado por estar morando em Londres. Esses dois momentos acho que se somaram para eu decidir ali na hora que queria muito fazer isso também.
Depois conheci um grande professor de animação, o Cesar Coelho, e fui contagiado pelo entusiasmo com a animação e tudo que envolve essa arte. Acho que o trabalho da Campo 4, estúdio dirigido pelo Cesar e pela Aída Queiroz, sempre me influenciou muito, pelo gosto artístico, pelo cuidado com os detalhes e pela variedade muito rica de técnicas.
A cada projeto eu costumo variar um pouco o visual e a técnica, o que me leva a procurar sempre novas referências e a conhecer novos processos de produção. Essa pra mim é uma das melhores coisas de se trabalhar com stop motion, nunca é monótono, sempre tem alguma novidade.